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RÁDIO DIGITAL NO ALVO DA PF

9/12/2007

O CIO Harley Angelo de Moraes implanta comunicação com criptografia e scanner de digitais no passaporte.

Polícia Federal 1 x 0 Bandidos. O placar não ganhou medalha, mas fez diferença na segurança de turistas e atletas que desembarcaram no Rio de Janeiro para o Pan 2007. O ponto foi marcado pelo novo sistema de comunicação via rádio digital, que impede, com criptografia, que os bandidos escutem o rádio da polícia, como era comum na versão analógica. O rádio digital é apenas uma das novidades que o coordenador de TI, Harley Angelo de Moraes, 39 anos, implementou recentemente na PF. Sob o comando desse engenheiro e mestre em telecomunicações está em instalação um sistema de controle de produtos químicos que podem ser usados na produção de drogas e, em operação recente, o novo passaporte, com 16 novas identificações que tornam o documento menos suscetível a fraudes. Acompanhe os trechos de sua entrevista à INFO.

Como funciona a nova rede de rádio digital, preparada para o Pan 2007, no Rio de Janeiro?

A rede está funcionando também no Distrito Federal, mas aceleramos a implementação na região metropolitana do Rio de Janeiro para oferecer mais segurança aos moradores, turistas e atletas do Pan. A rede é composta de quatro mil terminais de rádio digital, que substituíram os analógicos e bloqueiam a ação de bandidos. Desde setembro do ano passado, eles não podem mais ouvir o rádio da polícia, porque a rede é codificada. Para conseguir ouvir, terão de ter a chave de criptografia. No segundo semestre, vamos instalar a rede na região metropolitana de São Paulo, para que os agentes da Polícia Federal possam falar de um Estado para outro. Até setembro estará tudo pronto.

Quanto foi investido em rádio digital?

A rede custou à PF 18 milhões de dólares.

O novo passaporte brasileiro demandou muito trabalho da TI?

Muito. Investimos cerca de 250 milhões de reais para deixar o passaporte mais seguro. Fizemos diversos projetos para chegar a um papel especial, foto digital, impressão de digitais eletrônica e à furação a laser cônica. Com o laser, cada página do passaporte fica com uma furação diferente, para impedir fraudes. Os terminais de atendimento da PF também precisaram ser modificados. Instalamos câmeras digitais para que o atendente pudesse fotografar o cidadão na hora e a foto fosse impressa. Na hora, a pessoa insere todos os dedos em um scanner, que captura as digitais. Além disso, o preenchimento do formulário é eletrônico, feito pela internet. A pessoa traz o formulário pronto, e o sistema arquiva no banco de dados na hora do preenchimento.

Há outros sistemas de controle de documentos?

Está em fase de finalização o Siproquim, um sistema que vai monitorar os 144 produtos químicos regulamentados pela Polícia Federal, como a acetona, que pode ser utilizada na produção de drogas. Demandou 3 milhões de dólares em investimento e foi desenvolvido pela nossa equipe de TI em parceria com fornecedores. As empresas cadastram o produto e retiram a licença no site da PF. Antes, isso estava em papel.

O controle dos profissionais de segurança privada também é eletrônico?

É. Qualquer empresa que tenha um vigilante, como agências bancárias, escolas e grandes corporações, passa pelo nosso controle eletrônico. O GESP (Gestão Eletrônica de Segurança Privada), que custou 2 milhões de reais, é o sistema que acabamos de instalar para controlar esses profi ssionais, se eles têm licença para utilizar armas, por exemplo.

Como a biometria ajuda o trabalho da PF no controle de criminosos?

Há dois anos, a PF implantou o Afis (Automatic Fingerprint Identification System), um sistema de identificação de digitais. Foi um investimento pesado, de 34 milhões de dólares. Antes do Afis, o papiloscopista procurava uma digital semelhante em milhares de documentos. Era quase um trabalho impossível. O jeito era separar um grupo de suspeitos para ver se a digital encontrada no local do crime batia. Mas, mesmo assim, era difícil, porque trabalhávamos no ?olhômetro?. Hoje, capturamos a digital do criminoso no mesmo tipo de scanner do passaporte. A captura pode ser feita dedo a dedo, da mão inteira ou de uma digital em papel. Ganhamos qualidade na coleta, porque na tinta não ficava tão boa e, como a inserção da digital é automática no banco de dados, ele faz a busca por semelhança sozinho em todos os estados brasileiros.

É possível identificar partes das digitais?

Sim. Os pedaços da impressão digital, que chamamos de latentes, tornavam a identificação praticamente impossível no papel, além de ser um trabalho demorado. Agora, o banco de dados busca esse pedaço de digital entre as milhares arquivadas e encontra. Se não achar, arquivamos a latente para compararmos, caso, algum dia, esse suspeito caia nas mãos da polícia. Conseguimos dizer que, naquele dia tal, essa pessoa cometeu outro crime.

Quais outros projetos de TI serão implantados na PF?

Precisamos ampliar o nosso backbone em três vezes o tamanho no segundo semestre, para suportar todas essas novas aplicações. Faremos também uma ampliação do GESP para a área operacional e vamos implementar o rádio digital em São Paulo. Mas adiante, precisamos atender às demandas administrativas.

 

Fonte: Info Online

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